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História

Os seus habitantes dedicam-se, na sua maioria, ao sector primário, sendo a agricultura e a pecuária, as principais actividades da freguesia. Uma outra actividade de grande tradição e importância para Martim Longo, é a exploração de minas. No Monte de Santa Justa existe uma mina onde a barite foi explorada até meados do século, procedendo de uma mineralização filoniana associada ao hidrotermalismo que poderá ter contido outros sulfuretos. Outro núcleo existente na área da freguesia é o de Laborato/Aroeira. A mina de cobre de Aroeira, descrita pelo Engenheiro Ferreira Braga no seu relatório de 1861, está situada no Cerro das Ferrarias, sendo os minerais explorados, a azurite e a malaquite, carbonatos de cobre relacionados com filões hidrotermais. O topónimo "Ferrarias", provém das escórias metálicas que indicam ter existido uma fundição muito antiga no local, provavelmente datada do século II d.C., uma vez que, no desentulho de uma corte antiga foi encontrado um denário de prata de Antonino Pio, falecido em 161 d.C. Os dois poços existentes nas minas do Laborato, parecem estar alinhados com a escavação da Aroeira, pelo que provavelmente, corresponderão à mesma zona de mineralização, devendo haver outras escavações entulhadas. A mina da Aroeira encontra-se bastante danificada e os indícios da fundição ainda existentes estão em vias de desaparecimento.

A primeira Idade do Ferro encontra-se também assinalada na área da freguesia, através de lápides funerárias epigrafadas e sepulturas que indicam a existência de povoadores que possivelmente continuaram a praticar a exploração mineira e metalúrgica. Foram também encontradas necrópoles datadas de cerca de 1500 a.C., correspondentes à Idade do Bronze.

A antiga freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Martim Longo foi um priorado da apresentação do bispo do termo da Vila de Alcoutim. Na Corografia do Reino do Algarve, lê-se o seguinte sobre esta freguesia: "Boa igreja de três naves, a mais antiga destes arredores, cujo parocho recebia o dizimo das miuças que andava por trezentos mil réis, o único que no Algarve recebia primicias (.) Cria muito gado cabrum e lanigero; pouco vacuum, apenas sufficiente para a lavoura que tambem se faz com muares (..) Também tem olarias de louça ordinaria que as exporia para o Campo de Ourique (.)". A actividade oleira teve uma importância bastante significativa na vida dos seus habitantes durante muitos séculos, no entanto, encontra-se quase extinta, uma vez que quase ninguém a pratica nos dias de hoje. Na freguesia de Marfim Longo existem várias lendas sobre a origem do seu topónimo e uma delas conta que outrora aqui viveu um homem chamado Mastim, que seria muito alto, facto pelo qual a freguesia se denomina "Martim Longo".

PERÍODO CALCOLÍTICO
Os trabalhos arqueológicos realizados na freguesia revelaram uma importante ocupação no período Calcolítico, com escassos vestígios de uma anterior presença durante o Neolítico, da qual há a destacar a Anta da Castelhana. Localizada na fronteira com o concelho de Tavira, este monumento funerário, bastante regular e com corredor, terá sido construído no período de transição do quarto para o terceiro milénio ou para os primeiros séculos deste. Posteriormente foi reaproveitado pelos “pastores megalíticos” contemporâneos do Calcolítico, período este bem marcado nos objetos encontrados na escavação.

Junto da própria aldeia de Martim Longo, os recentes trabalhos de instalação de uma antena de telecomunicações para telemóveis, puseram em evidência uma cista megalítica pertencente às primeiras populações que utilizaram o cobre nos seus instrumentos – A Cista Megalítica do Malhão. Trata-se de uma sepultura individual, de contorno sub-rectangular, que terá sido construída no Neolítico Final, ou já no Calcolítico. Possui um lageado exterior que se desenvolve a toda a volta da caixa tumular, constituída sobretudo por lages de grauvaque e algum xisto. Está parcialmente destruída devido à implantação da antena.

Para além da Cista Megalítica do Malhão, o atual espaço da freguesia revelou outros monumentos funerários Calcolíticos, como as Tholoi e o importante povoado fortificado do Castelo de Santa Justa – implantado num cerro, evidenciando defesas naturais, foi durante o terceiro milénio a.C. ocupado por uma população agro-pastoril. Ao longo do terceiro milénio a população residente criou uma estrutura defensiva que sofreu evoluções em cinco momentos diferentes: dum simples muro com uma entrada, evoluiu, numa fase posterior de construção, para a inserção de duas das dez torres detetadas na muralha até um complexo dispositivo defensivo na 5ª fase, com uma segunda porta mais elaborada, albergando no seu interior 7 das 10 cabanas encontradas.

Esta necessidade defensiva poderia estar relacionada com o domínio das práticas metalúrgicas, tendo os seus habitantes fabricado utensílios de diferentes materiais: cerâmica, pedra, cobre, madeira, etc., que utilizaram para cultivar os campos, pescar, caçar, produzir vestuário, criar objetos votivos e construir os seus monumentos funerários, como a Tholos da Eira dos Palheiros – localizado a 1,5 quilómetros para noroeste do povoado calcolítico de Santa Justa. O monumento funerário, foi construído a partir de uma câmara circular, escavada no solo e revestida com grandes placas de xisto retangulares e coberto por uma falsa cúpula, com corredor de acesso. No interior da câmara apenas foram depositados dois enterramentos e os materiais encontrados são do mesmo tipo e cronologia dos do povoado do Castelo de Santa Justa.

A cerca de 16 quilómetros para sudeste desta tholos, foi detetada uma outra, junto da povoação do Monte da Estrada, a Tholos do Malhanito – possui as mesmas características mas o corredor é mais curto. Terá sido utilizada, muito provavelmente, apenas para a deposição de um só indivíduo sobre o chão da câmara. Terá sido violada e reutilizada na Idade do Ferro e em épocas posteriores, mais recentes.

Durante o Período Romano e Medieval ocorreu um incremento do povoamento, tal como parecem evidenciar os dados conhecidos para a aldeia de Martim Longo, sede de freguesia, existentes nos róis de besteiros dos anos de 1385/1422. Estes primeiros valores demográficos eram já significativos, quando comparados com as restantes localidades da região algarvia.

O século XVI foi um período de grande prosperidade, chegando os seus habitantes a acorrer ao litoral algarvio aquando dos rebates dos Mouros. A partir dos finais do século XVII viveu outro período de riqueza. Como curiosidade refere-se a existência de uma pequena comunidade africana inscrita na Confraria de Nossa Senhora do Rosário, que não era muito vulgar em regiões do interior.
Em 1837 a guerrilha miguelista, chefiada pelo Remexido, atacou a aldeia.
Sempre foi e ainda hoje se mantém como principal centro populacional do Concelho, ultrapassando a vila de Alcoutim.

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